quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Conto de Verão - Cap VI

Passadas 3 horas ao volante, a viagem tinha-se tornado de tal ordem enfadonha que, quando dei por mim a declamar, insconscientemente, o poema de Fernando Namora, a Terra...
Onde ficava o mundo?
Só pinhais, matos, charnecas e milho


para a fome dos olhos.
Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda.
E o mar? E a cidade? E os Rios?
Caminhos de pedra, sulcados, curtos e estreitos,
onde chiam carros de bois e há poças de chuva.
Onde ficava o mundo?
Nem a alma sabia julgar.
Mas vieram engenheiros e máquinas estranhas.
Em cada dia o povo abraçava outro povo.
E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves:
a estrada branca e menina é uma serpente ondulada
e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio.


decidi, juntamente com a encantadores Juliana e Natalie, as minhas duas primeiras campanheiras de viagem, mudar a trajectória e rumar a uma qualquer praia da costa Portuguesa.

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