Os problemas comportamentais não tratados são, a meu ver, a maior causa de morte de cães de companhia passível de ser evitada. Quem visita ou trabalha em abrigos ou associações de animais pode facilmente comprova-lo. A maior parte dos animais que são abandonados, são fruto de adopções por impulso ou problemas comportamentais não resolvidos. O trágico disto tudo, é que a maior parte destes problemas podem ser resolvidos, sobretudo se a intervenção for imediata.
A maior parte dos detentores de cães desconhece que (quer queira, quer não) a partir do momento em leva um cão para casa, está desde o primeiro instante a ensinar-lhe algo. Como diz Steven Applebaum (especialista em treino de cães com mais de 20 anos de experiência), quem tem cão é treinador... mesmo que não se aperceba disso. A questão começa quando muitos comportamentos que o cão adquire não são ensinados, mas sim permitidos... É assim que começam a surgir problemas de desobediência, indisciplina e, nos casos mais graves, agressividade.
Treinar ou ensinar um animal requer tempo, paciência, coerência e conhecimento. Hoje em dia, existe um leque muito variado de livros sobre o tema. A maior dificuldade está em seleccionar o mais adequado. O mesmo se passa em relação aos treinadores. Muitos se intitulam como tal, mas usam métodos no mínimo duvidosos e completamente desactualizados, que poderão trazer consequências ainda mais nefastas. Escolher não é fácil. Se pretende treinar o seu cão com ajuda profissional, deve procurar informar-se o melhor possível e pedir para ver o treinador a trabalhar antes de começar. Deve preferir um que utilize métodos de reforço positivo e que lhe ensine a si a trabalhar com o seu cão. O seu animal deve sentir-se motivado a treinar e não intimidado. Dono e cão devem forma um binómio baseado no respeito mutuo. Os cães, tal como todos os animais selvagens, nascem já com um conjunto de comportamentos padrão instintivos que lhes permitem sobreviver na natureza. Cabe-nos a nós ensinar e orientar esses comportamentos de modo a cão e dono possam conviver pacificamente e ambos consigam tirar o maior partido possível da companhia um do outro.
Texto retirado do meu blog Patinhas em Risco
2 comentários:
Elsa,
Por acaso tenho uma rafeirinha que encontrei perdida e adptei!
E o certo, mesmo nunca tendo um cão, achei que esta nossa nova amiga era muito bem comportada! Até que um dia percebi, que assim era porque, e como diz e bem, o comportamento do animal baseia-se essencialmente em não deixa-lo consquistar o espaço que é nosso!
Ou seja, não permitir é diferente de prmitir para depois castigar!
Este é o grande problema, as pessoas cedem espaço ao animal e depois este não compreende por que razão o querem tirar!
É isso, não é?
Sim, Henrique, também passa por aí... mas não só. Ter um animal implica conhecer minimamente as suas necessidades e características de forma a perceber o porque de determinados comportamentos e como soluciona-los.
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